quinta-feira, 17 de julho de 2008

Culturas Invertidas


A moda deve ser um dos elementos mais anacrônicos da modernidade. Como explicar um elemento que, ao mesmo tempo te induz ao desejo da diferenciação, de ser único no meio de muitos, num caráter intensamente individualista, e ao mesmo tempo, ser um elemento que te leva incessantemente á procura de um adequamento ao grupo ou classe a que se quer permanecer,junto a uma imitação ou junção a tendência que se faz por momento a cada estação.
O consumidor moderno,se vê entre uma busca sem fim a essa luta anacrônica. As grifes,grandes marcas globalizadas, permitem um sentido único e individualista, num caráter ilusório de inserção e diferenciação. O sentimento de ter, num imaginário de valores, algo que opera como códigos de mensagens que podem ser transmitidos, e espelhar no outro, aquilo que a moda, independente do status econômico tem o poder de assumir, fala sob forma de linguagem através de um fetichismo da mercadoria, o significado de marcar e ser único no meio de uma multidão de muitos.
Mas, se muitos querem pertencer, e demonstram essa escolha sob forma de se julgarem inseridos por marcas e tendências; de uma forma anacrônica uma gama de modernos consumidores, se desvinculam desta afirmação social pela inserção, indo contra ao desejo de se firmarem sob qualquer forma de grupo ou classe social. Esses indivíduos, não pretendem ser, ou mesmo estar, mas sim, diferencia-se da padronização e homogenização de uma moda globalizada e cíclica, que se reafirma sob forma coletiva de tendências estetizantes.
Portanto, de forma anacrônica ou não, a indumentária sempre foi adotada como forma de expressão e significação pela a humanidade, sendo influenciadas por valores sociais, identificado por casa indivíduo como marca fundamental para expressar o que é, ou pretende ser, visto por si e pelos outros.
Alguns, são vítimas da efemeridade da moda, da imposição ao consumo exacerbado pela mídia,do grupos de influências,enfim,todos nós,independentemente da classe social, temos a necessidade de expressarmos frente, de sermos visíveis e de nos comunicarmos, frente a diferenciação projetada pela moda, seja pelo viés seu anacrônico.
“As roupas dançam nos cabides e depois envolvem os corpos humanos num balé que aproxima, afasta e recria todos os dias para embalar nosso modo de vida em direção ao futuro”.(GARCIA E MIRANDA, 2005, p. 14)

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