quinta-feira, 17 de julho de 2008

Nossa simbologia


Atesto! não somos aquilos que vestimos. Somos o que queremos ser,mas não necessariamente espelho de nós mesmos. A moda, possui um poder único de transformar simbolicamente alguns pedaços de panos entrelaçados em linhas e imaginação, num emaranhado de formas de valores e status que se refletem como forma ímpar de representação e distinção social.

As vitrines, são as prateleiras de um mercado de fetiche, que não esta interessado apenas em um consumo moderno e eficaz, que faça a economia girar, mas sim, em um imaginário de valores interligados de desejo e inserção, que vai além da calça, da blusa ou de algum acessório. A grife, possui a natureza de fazer com que a ostentação seja um divisor de águas entre a necessidade de distinção dentro de um grupo ou classe, e a inserção em uma sociedade de castas.

Nós,meros consumidores de uma guerra de estilos e tribos, não queremos apenas a roupa da última tendência, queremos muito mais do que a bolsa do momento pode nos oferecer. Queremos marcar, deixar nosso viés de identificação com aquilo que escolhemos ou nos espelhamos para ser, um leque de individualidade, um ser único que pode diferir do outro.

No século XIX, a roupa para as mulheres dos altos estamentos, representava respeito e posição frente uma hierarquia de valores e custumes, hoje, século XXI, a roupa não perdeu sua simbologia, talvez sua significação, mas não sua importância frente a sociedade pós-moderna, onde a diferenciação e o status carrega todo o significado do individuo frente a si mesmo e aos outros,num caldeirão de representatividade e ascensão social.

A significação da moda, refuta-se em uma citação de Umberto Eco: “ a distinção entre dizer que e servir para é mínima”.Hoje, a roupa para o indivíduo moderno, baseia-se na simbologia do dizer que; sendo o servir, secundário na questão realmente refundada no vestuário; o cobrir-se. Eco complementa: “ A funcionalidade física adquire um valor comunicativo a tal ponto que se torna acima de tudo um sinal”.

Algumas peças carregam em si uma simbologia própria, mas certo é, que a maioria delas trazem em si a essência da distinção, do poder, da padronização e do fetichismo.
Obs: Uma curiosidade. Sabia que o cinto, de acordo com a bíblia e depois, por devidas comprovações etnográficas, fora a primeira peça do vestuário?Sendo assim, o cinto é a peça mais antiga do vestuário do homem moderno.(fonte: artigo do professor da universidade do Amazonas, Gilson Monteiro)

Culturas Invertidas


A moda deve ser um dos elementos mais anacrônicos da modernidade. Como explicar um elemento que, ao mesmo tempo te induz ao desejo da diferenciação, de ser único no meio de muitos, num caráter intensamente individualista, e ao mesmo tempo, ser um elemento que te leva incessantemente á procura de um adequamento ao grupo ou classe a que se quer permanecer,junto a uma imitação ou junção a tendência que se faz por momento a cada estação.
O consumidor moderno,se vê entre uma busca sem fim a essa luta anacrônica. As grifes,grandes marcas globalizadas, permitem um sentido único e individualista, num caráter ilusório de inserção e diferenciação. O sentimento de ter, num imaginário de valores, algo que opera como códigos de mensagens que podem ser transmitidos, e espelhar no outro, aquilo que a moda, independente do status econômico tem o poder de assumir, fala sob forma de linguagem através de um fetichismo da mercadoria, o significado de marcar e ser único no meio de uma multidão de muitos.
Mas, se muitos querem pertencer, e demonstram essa escolha sob forma de se julgarem inseridos por marcas e tendências; de uma forma anacrônica uma gama de modernos consumidores, se desvinculam desta afirmação social pela inserção, indo contra ao desejo de se firmarem sob qualquer forma de grupo ou classe social. Esses indivíduos, não pretendem ser, ou mesmo estar, mas sim, diferencia-se da padronização e homogenização de uma moda globalizada e cíclica, que se reafirma sob forma coletiva de tendências estetizantes.
Portanto, de forma anacrônica ou não, a indumentária sempre foi adotada como forma de expressão e significação pela a humanidade, sendo influenciadas por valores sociais, identificado por casa indivíduo como marca fundamental para expressar o que é, ou pretende ser, visto por si e pelos outros.
Alguns, são vítimas da efemeridade da moda, da imposição ao consumo exacerbado pela mídia,do grupos de influências,enfim,todos nós,independentemente da classe social, temos a necessidade de expressarmos frente, de sermos visíveis e de nos comunicarmos, frente a diferenciação projetada pela moda, seja pelo viés seu anacrônico.
“As roupas dançam nos cabides e depois envolvem os corpos humanos num balé que aproxima, afasta e recria todos os dias para embalar nosso modo de vida em direção ao futuro”.(GARCIA E MIRANDA, 2005, p. 14)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Personagens Ilustrados Fascinantes!


Como já dizia a grande majestade Coco Chanel; a moda não é apenas o que vestimos; a moda é o que fazemos com nossas idéias, o jeito pelo qual vivemos e o que fazemos para que isso ocorra.

A moda tem personagens que extrapolam nossa imaginação; temos em mente emblemas comuns, como o produtor, criador e nós, como compradores que nos satisfazemos com o alimentar da imagem de uma marca, com o prazer estético produzido sobre tecidos, a lógica da mudança sob a venda de imagens e a valorização do si, sob a aceitação do outro.


Mas nós, somos muito mais que meros consumidores que fazem com que a moda seja uma onda cíclica de valores e significados;somos personagens de um folhetim que funciona como uma tribo flexível, que muda com a velocidade de cada quinze minutos, lançando tendências e modismos, em uma fronteira de comportamento, onde o limite não esbarra em fronteiras, mas em gostos e escolhas.


Representamos uma camada, em que nossas escolhas,nossas mudanças, nossos gostos e identidades, se refletem em um mercado que busca entender aquilo que chamamos de estilo, de uma postura individual, de personificação de gostos e jeitos.Estilo é muito mais que apenas vestir.

Uma minoria consegue alcançar e assumir a diferença,assumir a busca de uma identidade, ou identificação, como citaria Hall, tão fragmentada com a globalização, poucos se arriscam a burlar o status social e ao giro intenso da moda, indo ao embate do status para ser um personagem..um ator social.


Erving Goffman cita, que o relacionamento humano assume a qualidade de uma máscara.Cada pessoa, assim, se veste de um personagem, e este, por sua vez, deve revelar seu eu, e ao mesmo tempo esconder seu self.Vivemos em um teatro de performances.


A moda, pode ser nossa máscara?

Ela é um picadeiro, onde escondemos nosso eu, para em um teatro de valores e imaginários, revelar nosso self????

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Paródia Moderna!



Hoje não consegui parar de pensar num perfil engraçado de pós-modernidade.Num supermercado de estilos que nos encontramos, as prateleiras são os imaginários vinculados por marcas, que se tornaram mais importantes do que o produto, haja visto, quando uma noiva vai casar..coitada, hoje não é ela..é quem ela esta vestindo..pobrezinha..e no fim estamos perdidos nas compras de identidades que se forma diariamente neste espaço urbano.
Os gostos de classe e os estilos de vida, impoem arbitrariamente a fuga ou o pertencimento a uma classe identitária que exprime uma destinção ociosa dos padrões conceituais das normas estéticas globalizadas.
Será que estamos vivendo uma apatia aos emblemas comuns de uma juventude, que caiu nas tramas da sociedade e só se vê como uma destaque a mais frente o outro?Ou perdemos os valores de escolha e formação por nós mesmos, de signos de diferenciação, para sermos aceitos em um mundo feito e medido por padrões homogeinizados?é somente a visibilidade que importa? o individualismo comtemporâneo, que se finca em um fetichismo desigual e marginalizado?
Você se vende???
Sua identidade é uma mercadoria???? ou você a faz?????????

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Padrões!

A televisão...como Marx não preveu que haveria um sistema tão coeso e complexo de manipulação de idéias e custumes...
Porque quem acha que a moda, não tem nada haver com nossa mídia aberta e falada, pode começar a andar pelado...

Mas será que é a mídia responsável pelos padrões de consumo?de homogeinização?de unificação singular?e será mesmo ela responsável por selecionar as classes, fazer com que o consumo e a propriedade de si se perca por uma ostentação de valores e imaginários de uma comunicação visisual que te come sem pedir licença, e lhe vende um interação simbólica tão fullgaz incapaz de fazer você, não projetar uma imagem de si mesmo?

Por que se segue um padrão?Tava imaginando um mundo sem tendências, como seria...imagina, vc sair na rua, e não encontrar metade da população feminina com o mesmo estilo de blusa que o seu, quando não as vezes o mesmo?Não sou a favor de uma padronização, já deixei isso claro, mas de criação, de inovação única, de uma composição de sentidos que faça você ser quem você é, sem precisar de indumentárias para se esconder, se fingir ser...Utópico??pode mesmo ser, afinal o individualismo e a posição social, parecem ter rancado de muitos o pertencimento de ousar e se fazer, enquanto que a mídia, te manipula a ser aquilo que muitas vezes só o photo shop é capaz de produzir!

Padrões, preciso dele?